Esta convicção de que há
Algo de errado comigo
Não conto
A ninguém
Escondo
Engulo
Até a garganta doer
Escondo-a de mim
Embora saiba
Que todos me podem ver
Inapta
Inadequada
Inerte
Inanimada
Há qualquer coisa
Que me ata os braços
Que me pesa os passos
Que me povoa a mente
Uma enchente
De neblina
Já não sei pensar
Sou apenas um pântano
De emoções que acendem
Como fogos-fátuos
Apenas sorrio
Para que me esqueça
E eles também
De que não sei pertencer
A nenhum lugar
A não ser
À névoa na minha cabeça.